Levantamento da consultoria Ernst & Young consultou mais de 100 empresas
SÃO PAULO – Mesmo com a economia brasileira crescendo pouco e as incertezas do cenário eleitoral, uma parte dos empresários brasileiros mostra otimismo e acredita em crescimento do faturamento este ano. Trata-se de um grupo que aposta essencialmente no potencial do mercado interno para expandir seu negócio. Esta é a conclusão do Growth Barometer, estudo realizado pela consultoria EY (Ernst & Young), no primeiro semestre deste ano, com executivos de mais de cem empresas brasileiras. O levantamento também foi feito em nível global e foram ouvidos 2.766 executivos em 21 países.
— O resultado surpreende. O país tem passado anos difíceis, do ponto de vista econômico, mas estes empresários ainda acreditam no mercado local para crescer. Apostam na retomada da economia e no uso da tecnologia para atender melhor os clientes – diz Leonardo Donato, líder de mercado emergentes da EY no Brasil e América Latina.
O estudo focou em empresa consideradas de médio porte, com faturamento anual entre R$ 200 milhões e R$ 900 milhões, e 150 empregados. De acordo com o levantamento, 57% das companhias brasileiras que participaram da pesquisa esperam um crescimento no faturamento entre 6% e 10% em 2018, dois pontos percentuais abaixo do resultado obtido globalmente. Já 38% planejam crescer entre zero e 5%, apenas 3% preveem aumento entre 11% e 25%.
Foram ouvidas empresas de setores diversos, como varejo, saúde, educação, indústria e serviços. Mesmo sendo d emédio porte, mostrou o levantamento, essas companhias estão aplicando tecnologias para melhorar sua operação. Donato observa que as empresas estão colocando o cliente no foco do investimento digital para melhor entendê-lo e atendê-lo.
Entre os fatores que podem limitar o crescimento desse grupo de empresas, apontou o levantamento, estão as restrições de crédito e o próprio crescimento baixo do país. Em relação ao crédito, elas avaliam que ele ainda é restritivo e caro. Mesmo assim, com maior cautela, as empresas não deixaram de investir em pessoas e inovações tecnológicas buscando crescimento de mercado local. A pesquisa apontou que mais de um terço (35%) das empresas consultadas planejam fazer novas contratações, enquanto 60% devem manter seu nível de funcionários nos próximos 12 meses, e apenas 4% preveem reduzir suas contratações.
No levantamento global, em relação aos demais países emergentes que integram o Brics (Rússia, Índia, China, África do Sul), os empresários brasileiros esperam um crescimento mais baixo do que as companhias desses países. Isso por conta do pior desempenho da economia brasileira e por um perfil mais exportador das empresas desses países.