Única empresa americana no país quer fechar 2015 com 150 investidores.
Aporte de US$ 500 mil para criação de empregos garante o ‘green card’.
Em 2014, a China registrava nove mil investidores EB-5, programa do governo americano que assegura o green card a quem investir em redes de negócios com potencial para geração de emprego em território americano; no Brasil, em 2014, havia apenas 30 investidores EB-5.
O potencial do Brasil para o visto de investidor fez a americana LCR Partners instalar um escritório em São Paulo. Desde o início de 2015, a empresa já conquistou oito investidores e pretende chegar a junho com 20. Na terça-feira (10), os executivos fizeram uma palestra no Rio de Janeiro para mais de 10 potenciais investidores. Eles querem fechar 2015 com 150 investidores. Conheça o projeto no site www.visto-de-investidor-eb-5.com.br/ ou no site do governo americano www.uscis.gov/eb-5.
Criado em 1990 pelo governo americano para estimular os investimentos estrangeiros no país, o programa EB-5 garante a concessão do green card ao estrangeiro que fizer um aporte mínimo de US$ 500 mil para ser aplicado em negócios novos, com capacidade de geração de pelo menos 10 empregos nos Estados Unidos.
O investidor não tem qualquer ligação ou obrigação com o negócio que foi gerado com seu investimento, e, em um ano, obtém o green card provisório para ele, para sua mulher e filhos menores de 21 anos; o green card definitivo sai em dois anos.
Ao final do processo, o investidor pode ter o retorno da quantia inicial empregada no programa.
“Mas isso dependerá do desempenho do negócio, por isso, deixamos claro que o EB-5 tem como principal objetivo o recebimento do green card”, explica Patrick Findaro, diretor da LCR para a América Latina.
A LCR é a única na área de assessoramento para obtenção do visto de investidor a ter uma sede no Brasil. Com escritório central em Nova York e uma filial em Miami para atender ao mercado latino, a LCR abriu um escritório na China, instalou-se no Brasil e já mira a Índia como próxima etapa de expansão.
Seu projeto de visto de investidor tem diferenciais, diz Patrick Findaro. Enquanto a maioria dos investimentos EB-5 é em empresas de construção civil, a LCR focou seus investimentos em franquias consolidadas, a primeira delas, a Dunkin’ Donuts.
“É uma marca estabelecida desde 1950. Cada loja gera em média por ano US$ 1,2 milhões em receitas. A Dunkin é a terceira maior rede de franquias com 11 mil restaurantes e para 2015 já anunciou 100 lojas no Brasil e 300 na China 300”, explica Rogelio Caceres, co-fundador e diretor de marketing da LCR.
O projeto de investimento para concessão do green card da LCR prevê, em vez de 10, a criação de 20 empregos por aporte. O investimento é em novas unidades da Donkin’ Donuts, com terreno próprio, para garantia do investimento, em Nova York e cidades vizinhas.
Segundo Patrick, depois da Donkin’, a empresa pretende fazer negócios com a Subway, que em 2014 abriu 900 lojas no mundo, e é hoje a maior rede de franquias. Mas ele deixa claro que o investidor não se torna um franqueado.
Já Rogelio Caceres diz que a LCR, por ser fundada por imigrantes, também assessora e orienta o investidor em sua mudança para os Estados Unidos.
“Entendemos as dificuldades e os benefícios de se morar nos Estados Unidos e queremos fazer com que nosso cliente faça essa transição de forma simples e facilitada”, explica ele, informando que o investidor não precisa trabalhar na loja em que investiu, nem morar perto.
Os brasileiros empreendedores precisam expandir para aumentar receita e estão procurando novas opções”
Programa foi criado pelos EUA em 1990
Embora pouco conhecido no Brasil, o programa de investimento EB-5 voltado para pessoas físicas é credenciado pelo governo americano desde 1990. Visa à geração de postos de trabalho nos EUA em áreas pré-determinadas pelo governo do país. Desde sua criação, o programa já abriu 150 mil vagas de emprego nos Estados Unidos e forneceu cerca de 18 milgreen cards para estrangeiros.
O investidor de EB-5 poderá morar e trabalhar em qualquer lugar dos EUA, não precisa ter especializações ou experiências profissionais específicas, não precisa aguardar sorteios nem lista de espera para obter o green card. Os filhos dos investidores estarão qualificados a pagar uma anuidade reduzida nas universidades. Não há limitação de idade, exigência de conhecimento do idioma nem restrição de viagens.
“Estamos vendo no Brasil um potencial de grandes investidores comparado com a China. Estamos muito contentes com o sucesso do mercado não só neste ano como para o ano que vem. Os brasileiros empreendedores precisam expandir para aumentar receita e estão procurando novas opções”, disse Patrick Findaro.
Um de seus mais novos clientes, cujo nome ele não pode citar, é um médico do Espírito Santo, dono de clínicas, que nem quer sair do Brasil, mas quer garantir o green card a seus filhos.
“É a realização do sonho de emigrar de forma segura, legal e sem restrições e iniciar uma nova vida”, explica Patrick.
Curva ascendente
O interesse da LCR no Brasil justifica-se pela crescente procura dos brasileiros pelo green card. Em 2014, 30 brasileiros conseguiram o green card pelo EB-5, contra apenas 11 em 2013.
“O desenho é uma curva ascendente”, diz Ilka Komatsu, gerente da LCR no Brasil.
Levantamento feito pela LCR identificou que as pesquisas feitas na internet sobre o programa cresceram de 200 por mês em janeiro de 2014 para cerca de 350 em dezembro do mesmo ano, sendo em que novembro alcançaram quase 600.
“Acreditamos que, de forma geral, o número de brasileiros habilitados a aderir ao EB-5 em 2015 será próximo a 150”, estima a gerente.
Rogelio Caceres ressalta que o visto de investidor dos Estados Unidos, com o aporte mínimo de US$ 500 mil, é um dos mais baratos do mundo.
“Na Inglaterra o montante mínimo é de 2 milhões de libras e em Portugal, por exemplo, 500 mil euros, e desde 1990 não é reajustado pelo governo dos EUA”, disse.
Ele já identificou três tipos de investidores interessados no green card: profissionais que procuram segurança para a família e oportunidade de seus filhos; pessoas 30 a 40 que já tiveram contato com a cultura americana como estudantes e querem voltar a viver nos EUA; e aposentados que já conquistaram estabilidade econômica, às vezes, têm um imóvel nos EUA, e querem consolidar sua situação com o green card.
Rio
Entre 2010 e 2014, o Consulado Geral dos EUA no Rio de Janeiro, responsável por administrar todos os casos de visto de imigração no Brasil, emitiu 13 vistos EB-5 de Investidores Imigrantes entre os anos de 2010 e 2014, para brasileiros e outros estrangeiros.
Fonte: G1