A rapidez com que estão ocorrendo os avanços tecnológicos ainda provocará alguns choques de realidade em empresas que estão sendo lideradas por mentes presas ao passado. A visão centrada no custo deu lugar à criação de valor ao cliente, o verdadeiro protagonista do negócio. O líder do futuro é o resultado da dedicação do líder de hoje em formar pessoas certas para os lugares certos, sem vestir o uniforme de comandante, mas agindo como um apoiador, construindo uma direção, criando ambientes marcados pela confiança e pela autonomia.O desenvolvimento tecnológico vem revolucionando a comunicação, a interação entre as pessoas, o acesso às informações, os valores e, claramente, traz um impacto nas tomadas de decisão nas empresas. As certezas mudam o tempo todo, por isso, o líder do futuro precisará ter inteligência emocional e capacidade de adaptação para acompanhar as metamorfoses dos cenários que surgem.Nas rotinas das organizações, as novas tecnologias simplificam processos, diminuem distâncias e permitem uma aproximação com os colaboradores e com o mercado. Somente um líder com pensamento estratégico, aberto aos sinais sutis e com foco no cliente será um gestor competente para o volume de informações que teremos acesso. O engajamento dos colaboradores, o estímulo à sinergia, o trabalho em equipe e a construção de um ambiente de colaboração completam os pré-requisitos para as empresas que desejam entrar no rol de competitividade.Muitas disrupções poderão afetar ou até mesmo eliminar ramos de negócios como a impressão 3D, a inteligência artificial, os carros autônomos, os drones e o omnichannel. Hoje, talvez a massificação dos smartphones e a quantidade espantosa de tempo que os brasileiros gastam por dia conectados a seus aparelhos sejam um exemplo, mas o que está por vir é uma incógnita. O importante é o líder ter humildade para poder perceber e antecipar necessidades dos clientes. Ter humildade, inclusive, para ouvir as novas gerações que já estão acostumadas com a atual velocidade da evolução digital.Com minha experiência de longa data no varejo, sei que o processo de adaptação das empresas será gradual e que muitas, infelizmente, ficarão pelo caminho. Acredito que sobreviverão aquelas que conseguirem assimilar as transformações provenientes dos avanços tecnológicos, sendo fiéis à sua cultura, a seus princípios e valores, ao seu posicionamento e, acima de tudo, entregando valor percebido pelo cliente.
Fonte: Jornal do Comércio